quarta-feira, 27 de maio de 2015

Resenha: All-American Boy - Steve Grand

  Boa tarde leitores do PunkNDisorderly, como vão vocês? Hoje falarei sobre um álbum bem especial de um cantor igualmente especial chamado Steve Grand.

  Steve começou sua carreira na música com covers no Youtube, exatamente como alguns músicos bem famosos hoje em dia já fizeram. Mas ele conseguiu notoriedade e atenção da mídia somente quando lançou um clipe para seu single All-American Boy em 2 de Julho de 2013. O que fez o vídeo se espalhar pela internet? O fato de Steve ser o primeiro cantor de música Country abertamente gay a se lançar nesse mercado. Veja bem: a música Country é bem tradicional nos Estados Unidos, e como tudo que é tradicional, é bem conservadora. Mesmo assim, continua sendo um dos meus gêneros musicais favoritos. Continuando, a música Country sempre foi muito conservadora, excluindo a comunidade LGBT de seu "espaço". Cantores homossexuais não poderiam cantar sobre sua verdade se quisessem se manter na indústria e não serem julgados, até mesmo excluídos e abandonados por suas gravadoras, como a cantora Chely Wright, que só pôde assumir sua orientação depois de já estar consolidada nesse universo. A mesma disse inclusive que Steve é bem valente por se lançar aberto sexualmente nesse mercado. "Este é um território desconhecido, como vocês sabem. Eu me assumi depois de estar anos no negócio, ele está tentando entrar no negócio". O que Steve fez de tão marcante? Lançou um clipe muito gentil sobre um cara se apaixonando por outro e descobrindo logo depois que ele é heterossexual. Pronto. All-American Boy tornou-se o hino de vários jovens gays na mesma situação e o nome de Steve já estava marcado na história da música Country, seja os conservadores querendo ou não. Logo depois, Steve lançou o clipe da música Stay e anunciou que começaria os trabalhos para lançar seu primeiro álbum. Não foi uma estrada fácil. Eu sei porque acompanhei os apelos e as campanhas de doação para arrecadar dinheiro para a produção e lançamento do mesmo. Teria ajudado se tivesse como, na época, isso um ano e meio atrás. O tempo passou e o sonho dele se concretizou, para a alegria de muitos fãs, e para a minha também. Precisamos de mais talentos como ele no mundo! E assim nasceu All-American Boy, o álbum.

  Desde o início, a característica que mais me chamou atenção em Steve era o fato dele escrever e produzir suas próprias músicas. Acho que ser gay é algo complementar a personalidade dele, parte do que ele é, e ele não precisa ser definido apenas como "o jovem cantor de country gay" porque ele é bem mais do que isso. Por que definir alguém por apenas um aspecto de sua personalidade, se todos nós somos um leque de diferenças que somam para formar um produto maior? Steve canta sobre homens, e isso é okay. Assim como cantores héteros cantam sobre o sexo oposto. Assim como homossexuais escutam músicas com letras heterossexuais e ainda assim conseguem aplicar à sua vida. Não vejo nada de errado na música dele, e se alguém vê, bom, isso vai de cada pessoa. Eu reverencio ao fato dele escrever suas próprias músicas porque não é todo cantor que faz isso. E gosto mais ainda de todas serem tão sinceras e do fundo do coração. Nada é melhor do que uma música sincera, em que você consegue sentir na alma tudo o que o artista está querendo passar. Muitas músicas são diários abertos, como as músicas do Goodbye Lullaby, álbum da Avril Lavigne. É muita coragem do artista se expor dessa forma para todo mundo ver, e mesmo assim muitos tentam e não conseguem fazer isso muito bem. Sentimentos são coisas pessoais, e ninguém gosta de expor suas dores, suas angústias, seus medos e as situações em que esteve por baixo, por isso eu admiro muito quem o faz. E isso também serve para sentimentos felizes! Muitas pessoas acreditam que estar apaixonado é uma fraqueza por exemplo, e não gostam de demonstrar. Por isso sei admirar uma boa love song. Mas agora que já falei um pouquinho do criador, vamos analisar a criatura em si!




  O álbum abre com Say You Love Me, uma baladinha animada tradicional de abertura de álbuns Country. Me lembrou muito o estilo de abertura do Gold da banda Lady Antebellum. Com um instrumental carregado de violões mesclados com o piano característico de Steve e um refrão poderoso, é uma das mais gostosinhas do álbum. A letra tem o mesmo conceito de All-American Boy, fala sobre estar apaixonado por um cara heterossexual - na perspectiva dele - e que neste caso, é seu melhor amigo, e que ele precisa manter isso tudo pra si para não perdê-lo. Isso é nítido quando no refrão ele diz "Porque quando eu fecho meus olhos, eu estou nesse mundo onde você não tem uma garota e eu estou bem ao seu lado. Dizer que você me ama não significa que eu vou te ter". É o tipo de música que já descreveu a situação de muita gente por aí, e é a minha favorita do álbum. A próxima música, Red, White And Blue, é a típica canção patriota que todo cantor ou banda Country precisa ter no currículo. A letra é romântica, mas usa a bandeira americana (as cores do título são as cores da bandeira) como referência para expressar algum tipo de sentimento. É uma música agitadinha, carregada com solos de guitarra em uma base acústica. A voz de Steve nessa música se mostra mais potente, com tons mais rasgados conforme ele vai alcançando notas altas. 

  Chegamos a um dos pontos mais altos do álbum, que eu pessoalmente torço para que seja o quinto single: We Are The Night. Uma das músicas mais pops da gravação, fugindo um pouco ao estilo Country com seus sintetizadores eletrônicos no refrão - e ainda sim sendo mais Country que o estilo Country-Pop de Taylor Swift no álbum Red. O que mais chama a atenção é a letra. É como se fosse um hino de todas a minorias. "Para todo garoto e toda garota, não importa quem você ama. E para todos os meus irmãos e irmãs trans de todas as raças, de todos os lugares ao redor desse mundo, é a nossa hora, vamos nos levantar". Consigo ver essa música fazendo muito sucesso com um clipe certo, e se espalhando por toda a comunidade LGBT. E finalmente estamos na faixa título, a quarta música que dá título ao álbum, All-American Boy. Legitimamente Country com uma nova roupagem para o álbum, é a música que levou Steve ao patamar de artista conhecido que muitos almejam. Nessa "nova" versão, a música está um pouco mais enérgica e mais carregada nos violões e no piano que a primeira versão lançada, que vocês podem conferir aqui embaixo. Como eu já disse antes, a letra fala sobre se apaixonar por um heterossexual, mas eu acredito que possa ser aplicada à qualquer situação de quem gosta de alguém que não pode ter. É uma balada muito gostosa de se ouvir. Steve produziu o clipe sozinho, que teve um custo de 7000 dólares, e foi dirigido e editado por Jason Knade, cujo qual possui alguns prêmios no currículo. Em 8 dias, o vídeo já possuía mais de um milhão de views no Youtube. Embora a grande maioria das críticas tenham sido positivas, alguns ativistas da causa LGBT criticaram o conteúdo, dizendo que possui a mensagem que "homens gays bebem muito, sentem pena de si mesmos e chegam em homens héteros quando estes estão sem suas namoradas". Escrevendo para a revista Slate, J. Bryan Lawder foi ainda mais severo. Sua declaração foi a seguinte: "Muito fora de contexto com os tempos atuais. É algo como história gay obscena antes de Stonewall [Nota: A Rebelião de Stonewall foi um conjunto de conflitos violentos entre a comunidade LGBT e a polícia de Nova York. Foi um marco por ter sido a primeira vez em que um grande número de pessoas LGBT se juntou para resistir aos maus tratos da polícia contra a comunidade]" e adicionando, "essa narrativa particular do tentador cara hétero e da rainha apaixonada é tão banal na comunidade gay que é motivo de risada". Steve se manteve firme às críticas e disse que aprecia as diferentes perspectivas a respeito de seu trabalho. Em uma entrevista, ele disse "Quando eu fiz o vídeo, eu não o fiz para propor qualquer situação sobre pessoas gays diferente das que nós compartilhamos com nossos irmãos e irmãs héteros - a que às vezes você ama alguém que não pode ter. Eu sei que soa verdadeiro especialmente para gays que crescem em um mundo heterossexual". E realmente soa. Desaprecio as críticas negativas e sou totalmente Team Steve nesse caso. Acho que pra você entender realmente o conceito de alguma coisa você precisa ter que vivê-la primeiro antes de dizer qualquer coisa.


All-American Boy


  A quinta música, Soakin' Wet, é uma baladinha animada carregada em violões e uma batida característica que vai ganhando força conforme chega o refrão. Uma divertida música típica de álbuns Country-Pop com uma letra nostálgica que fala sobre se divertir com uma pessoa do passado. Não chamou muito a minha atenção. A sexta música, Lovin' Again, é uma balada calma (esse álbum é recheado de baladas), com o piano característico de Steve guiando o resto do instrumental. Com uma típica letra romântica sobre dizer a deus e seguir em frente mas ainda ter lembranças convidativas do passado, a música é talvez a mais clássica de Country do álbum. Seguindo para a sétima música, Whiskey Crime, aqui encontramos um Steve mais agitado e divertido cantando sobre um dos temas favoritos dos artistas Country: bebida. (risos) A letra é um tanto bobinha, mas garanto que dá uma diversão boa numa festa depois de alguns drinks. A voz dele tá bem carregada nessa música, e os backing vocals dominam toda a batida. Com um solo brilhante de guitarra antes da ponte, a música é regida por batidas fortes e agitadas, perfeitas pra momentos enérgicos nos shows. A nona música e segundo single da gravação, Stay, segue a linha de Whiskey Crime, porém com um instrumental mais leve e menos carregado, e uma letra romântica. Os metais são característicos nessa, juntamente com um banjo guiando as batidas desde o início, dando um ar divertido e animado à música. Perfeita pra festas também. A letra é simples mas objetiva: "Eu acho que você deveria ficar comigo por todo o verão, ficar comigo embaixo das cobertas, ficar comigo e ser meu amor". O clipe também é bem objetivo. Se você está cansado de histórias de amor gays que sempre terminam tragicamente, vale à pena dar uma conferida nessa.


Stay

  A nona música, Next To Me, também segue a linha animada das duas anteriores, só que desta vez repleta de guitarras distorcidas com um piano característico, e vocais carregados. Conhecemos um pouco mais da potência vocal de Steve nessa. A letra é divertida e acho que o trecho "Você está dançando ao meu lado, você balança seu corpo como oh oh oh, está tomando conta de mim agora, continue dançando, continue dançando ao meu lado" descreve bem sobre o que ela se trata. Voltando ao nível de músicas depressivas-tristes-que-te-destroem-te-deixando-na-merda chegamos à décima canção do álbum e minha segunda favorita, Time. Eu me apaixonei pelo instrumental no momento em que ouvi porque sou apaixonado por músicas que começam devagar e vão crescendo, como uma energia que vai aumentando mais e mais dentro de você até explodir. O interessante é que ela não explode, ela permanece simples, porque afinal é uma música relativamente triste. O piano regendo a canção é a parte mais bonita, logo depois entram as batidas e notas soltas de guitarra acompanhando, e ela vai crescendo e crescendo até se acalmar de novo numa batida quase uptempo. A letra é uma nostálgica lembrança do passado quando "o tempo estava a nosso favor". Vale a pena conferir quem sente saudades de alguém ou de um relacionamento. Dizem que uma boa música triste acalma um coração aflito. 



Time


  Better Off é a décima primeira música do álbum. Também possui o piano característico de Steve, só que dessa vez misturado à sintetizadores parecidos com os usados em We Are The Night. Acho que é uma típica canção pra "encher linguiça" no álbum, porque ela é um pouco "mais do mesmo" já feito na gravação, e é uma que eu praticamente nunca escuto, nem tem o menor significado pra mim. O que tenho a falar sobre a décima segunda música do álbum é um pouco contraditório e fora de sentido, mas é a verdade: Run me lembra muito a introdução de um álbum de música cristã de artistas gospel como Jeremy Camp. Uma música forte com uma letra igualmente intensa, onde ele canta "eu começo a correr, eu ainda sou jovem, sem olhar pra trás de onde eu vim", me lembrou muito hinos que cantam em igrejas por aí. Talvez muitos não entendam porque fiz essa conexão, mas isso com certeza faz muito sentido pra mim. Poderia até citar Reckless do Jeremy como referência, se alguém quiser entender do que estou falando. Finalmente, chegamos ao encerramento do álbum com Back To California. À primeira vista, eu achei o vídeo completamente desconexo com a realidade que Steve queria passar, como se ele quisesse dizer "Então, eu gosto de homens mas eu ainda sou machão, não sou afeminada, olha como eu pego essa menina". Tecnicamente, a menina no clipe seria uma melhor amiga do passado e a música falaria disso: de uma amizade sincera e verdadeira que ele tem muita saudade. Comecei a entender sobre isso quando coisas do tipo começaram a acontecer comigo. Infelizmente, existem momentos no nosso passado que não podemos voltar, e é quase como se você já soubesse que fosse sentir falta das coisas que você está vivendo agora. Depois de compreender isso, comecei a apreciar a música e o videoclipe. Falando nisso, dedico essa música à uma das minhas melhores amigas Mariane Ferrari, brilhante autora do Miscelânea da Mari e do Bookworm Like. Você sabe o porquê, Mari. :')


Back To California


  Todas as músicas foram compostas por Steve, exceto Red, White And Blue (Steve Grand, Itaal Shur e Larry Dvoskin) e Soakin' Wet (Steve Grand e Andrew Allen). O álbum estreou em quadragésimo sétimo lugar na Billboard 200 e nos em terceira posição nos charts de Álbuns Independentes. Vendeu 10.000 cópias no final da semana do fim de Março.

  E é isso galera, chegamos ao fim de mais uma postagem! Vale a pena conferir o trabalho de Steve assim como vocês estão aqui conferindo o meu! E lembrem-se: críticas, dúvidas e sugestões, é só deixar aqui nos comentários. Infelizmente não vai rolar vídeo pra essa resenha porque o cd físico só foi lançado lá nos Estados Unidos. Quem sabe numa próxima? Hahaha Beijo grande, e até a próxima! 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Música Boa Que Ninguém Conhece, Parte 1

    Fala galera do PND! Já faz um tempinho, mas estou de volta! Tá a fim de conhecer músicas novas e sair um pouco da mesmice? Dá uma lida aqui embaixo!

  Primeiramente, quando digo "novas" é porque eu nunca havia escutado nenhum desses artistas antes deste presente ano de 2015, e se ouvi, não me lembro. Pois bem: já faz um tempinho que estou querendo fazer essa postagem. Primeiro porque eu amo "música boa que ninguém conhece". Segundo porque eu amo apresentar "música boa que ninguém conhece" pra quem não conhece e terceiro porque eu gosto de estar sempre divulgando esses talentos inexplorados (e na maioria das vezes, mal valorizados). Afinal, se tem uma coisa que me tira completamente do sério é artista sem um pingo de talento estar na mídia, ganhando reconhecimento (e dinheiro, claro) quando tanta gente boa é simplesmente apagada e desconhecida, sendo que esses artistas desvalorizados geralmente tem TANTA coisa boa pra oferecer que eu fico impressionado no quanto a vida pode ser injusta. Ouço gente dizendo que a pessoa pode não saber cantar ou compor, mas que sabe interpretar, ou dublar, e que isso é talento também. Okay, cada um possui habilidades únicas que nos torna especiais, mas quando isso começa a interferir no que deveria ser a indústria da música e não é, se torna um problema. Música é comercial, sempre será comercial, isso é um fato. Mas eu ainda acredito que música seja sentimento, emoção. Que a música pode te evoluir em tantos jeitos diferentes que sou altamente dependente dela pra conseguir se quer viver. Eu preciso de música pra dar conteúdo aos meus sentimentos, aos meus momentos. Preciso de música pra me dar o que eu preciso quando eu preciso. Inspiração, coragem, força, uma direção pra onde seguir. Música consegue extrair completamente a essência de quem eu sou e do que eu tenho a oferecer ao mundo. Música, assim como o amor, é uma força superior. Então pra mim, é muito mais do que auto-tune, letras escritas por 20 pessoas diferentes na intenção de vender e bundas chacoalhando em um videoclipe. E não tem nada mais gratificante pra mim do que encontrar artistas que me provem que eu não estou errado, por isso listei algumas das minhas mais recentes descobertas, de artistas e músicas que definem totalmente o meu conceito de "música não-comercial". Espero que gostem!


Gabrielle Aplin



  Conheci a Gabi quando estava assistindo a última temporada de Skins, uma série britânica muito famosa e polêmica com fãs por todo o mundo. Sua música Start Again foi o tema de encerramento da história da minha personagem favorita, e consequentemente acabou virando a minha música favorita da mesma. A letra fala perfeitamente sobre algo que eu pessoalmente estou muito acostumado a lidar: recomeços. Já fica a dica pra quem estiver à procura da mesma coisa.

Start Again


  Rapidamente fui ao Youtube procurar mais músicas dela, e me deparei com o vídeo de Home. Eu ainda fico surpreso em como não existe uma música que tenha a palavra "home" no título e que não seja boa (Exemplos de artistas quem tem: Phillip Phillips, Michael Bublé, Edward Shape And The Magnetic Zeros, Skylar Grey, Evanescence, Switchfoot, James Blunt, OneRepublic, Lady Antebellum, Dierks Bentley e mais uma lista infinita), e como eu consigo gostar de TODAS. Mas o que me chamou a atenção na Home da Gabrielle foi o fato dela ter tornado realidade um dos meus sonhos no clipe, que é o de colocar o pé na estrada, sem destino, sem data pra voltar, sem me importar com as consequências (o que eu ainda espero poder fazer um dia). O vídeo carrega tanta essa essência que me emocionou profundamente na primeira vez que vi - o que foi o suficiente pra me fazer procurar TUDO sobre ela. A música em si é um carinho na alma cada vez que ela canta que "lar é onde seu coração está gravado em uma pedra". Não é todo lugar que podemos considerar como nosso lar, aquele que nós realmente sentimos que seja, por isso pra pessoas como eu que estão longe de casa e sentem tanta falta que chega a doer, essa música é um consolo pro coração aflito. 


Home


  O estilo de Gabrielle pode ser considerado folk, mas você consegue ouvir muitos elementos de pop e blues misturados. A voz suave, doce e delicada são sua marca registrada, mas o que mais chama a atenção são suas letras poderosamente sinceras e poéticas. Desde assuntos como relacionamentos à superação pessoal, você consegue sentir que aquelas palavras vieram direto de seu coração. E é TÃO BOM saber que hoje em dia ainda existem tais cantoras, que compõe suas próprias músicas e compartilham todos seus sentimentos através de puro talento, que eu fico um pouco mais esperançoso que algum dia esse tipo de artista será mais superestimado e que vão cansar de consumir essa quantidade de lixo comercial que temos hoje em dia no mundo da música.

  A cantora possui até agora um álbum de estúdio, intitulado English Rain, cujo o qual é um dos meus vícios atuais porque eu sou apaixonado por absolutamente TODAS as músicas e todas possuem algo que me chamam a atenção. Dou destaque para Panic Cord, Keep On Walking, Please Don't Say You Love Me, Salvation, Alive Start Of Time na versão standard e Wake Up With Me na versão deluxe. Vale conferir também o cover incrível de The Power Of Love da banda Frankie Goes To Hollywood. Você pode ouvir o cd inteiro no Youtube clicando aqui. Ela também tem 4 Eps no currículo e um segundo álbum em produção com data de estreia para 18 de Setembro desse ano, intitulado Light Up The Dark. Ainda esta semana no dia 18, a cantora lançou o primeiro single de mesmo nome. A música me chamou muito a atenção porque parece ser bem mais produzida do que suas primeiras gravações. Os vocais estão mais carregados de agudos, e o instrumental está mais completo. Parece que em pouco tempo ela cresceu bastante musicalmente, e isso é lindo de se acompanhar. Confira:


Light Up The Dark


  Gabrielle também emplacou suas músicas em séries como The Vampire Diaries Teen Wolf.



Lucy Rose



  Assim como a Gabrielle, também conheci o trabalho da Lucy a partir de Skins. Me apaixonei por Don't You Worry no momento em que ouvi. Lucy tem um estilo bem parecido com o de Gabrielle, porém um pouco menos carregado em instrumentos. Na minha visão, ela prefere investir no clássico voz e violão, o que faz com maestria. Com batidas simples mas letras carregadas de sentimento e uma voz suave e aparentemente frágil, suas masterpieces são suas baladas, como Shiver


Shiver

  A cantora possui um álbum de estúdio lançado em 2012, chamado Like I Used To (que eu inclusive sou apaixonado pela capa, essa coisa de misturar música com estrada simplesmente me fascina!). Destaques para Don't You Worry, First e Be Alright na versão standard e Scar e Gamble na versão deluxe. Seu segundo álbum, Work It Out, está marcado para estrear dia 6 de Julho deste ano. Ela já lançou duas músicas que potencialmente estarão na gravação, Like An Arrow e Our Eyes. Ambas mantêm a leveza dos vocais de Lucy, mas possuem um estilo mais carregado em instrumentos do que em seu primeiro álbum. Confira:


Our Eyes


  Ela também emplacou músicas em outras séries, como The Vampire Diaries, assim como Gabrielle. Meu cérebro já fez uma conexão automática das duas quando as conheci, porque as duas possuem o mesmo estilo de vocais, o mesmo estilo musical, colocaram músicas nas mesmas séries e estão lançando novos álbuns na mesma época. Eu sinceramente adoraria uma parceria entre as duas, tanto em composições quanto em vocais.


Jessie Ware



  Meu primeiro contato com ela foi quando ouvi a trilha sonora de Fifty Shades Of Grey (você pode ler minha resenha sobre a mesma clicando aqui), mas à primeira vista ela não me chamou muito atenção porque achei a música Meet Me In The Midle bem desconexa com o resto do álbum. Mas ela me ganhou de uma vez quando ouvi Say You Love Me tocando em na série Looking. Não tem uma vez que eu não escute essa música e não sinta arrepios subindo pela minha espinha. Com uma letra absurdamente profunda e penetrante e vocais poderosos (complementados com os backing vocals de ninguém menos que Ed Sheeran, co-compositor da canção), eu poderia compará-la à The Words da Christina Perri. Aparentemente, elas não tem nada a ver uma com a outra, mas ambas falam sobre aquele pequeno e curto momento que é você estar apaixonado e se dar conta disso, e estar muito feliz e ao mesmo tempo completamente aterrorizado por isso e não fazer a mínima ideia de como contar para a outra pessoa. 


Say You Love Me


  Jessie já possui um álbum no currículo, intitulado Devotion, e agora está seguindo trabalho com seu sucessor, Tough Love. Com músicas extremamente românticas e poderosamente escritas por ela e outros co-compositores, o álbum tem uma pegada totalmente diferente de Gabrielle Aplin e Lucy Rose. Diferente das duas, que puxam o estilo de pop para o folk, Jessie puxa para o Soul, cantando com sua voz forte e potente, sem muito da suavidade citada antes. Vale a pena conferir além de Say You Love Me, Cruel, Pieces e Champagne Kisses. E é claro, uma das músicas mais lindas que já ouvi na vida, You & I (Forever). A música é tão carregada de verdade que quase te faz querer ter alguém eterno só pra dedicá-la e sentir na realidade tudo que ela fala sobre. Mesmo quando você é daqueles que acha que não precisa de ninguém.


You And I (Forever)



Rae Morris




  Completando a minha lista, também descobri a Rae Morris através de Skins, cantando um encerramento ÉPICO de temporada que me deixou largado no chão chorando compulsivamente por uns 10 minutos (risos). Ainda não tive tempo pra viciar no Unguarded, seu álbum de estreia lançado em Janeiro deste ano, mas indico para quem gosta de pop experimental. Na verdade, não ter tempo não é bem a palavra, eu diria "não tive saco", porque embora eu ultimamente prefira música calma e carregada de sentimentos, não absorvi o feeling do álbum. A única que eu realmente ouço é Don't Go [AVISO: NÃO OUÇA SE VOCÊ NÃO ESTIVER NUM BOM MOMENTO. NÃO QUERO FAVORECER O SUICÍDIO ALHEIO, PORQUE O QUE ESSA MÚSICA TEM DE LINDA ELA TEM DE DESTRUIDORA DE BEM ESTAR], mas não deixo de colocar a Rae aqui na lista porque sua voz e seu talento pra compor merecem ser conhecidos, afinal não é porque eu não senti uma ligação imediata que outras pessoas não sentirão. Quem sabe eu consiga me conectar com sua música mais tarde. De qualquer jeito, ainda prefiro ver ela ganhando prêmios do que essas esquisitonas que cantam músicas sobre o próprio rabo. Nada contra, é claro, porém prefiro músicas que falam sobre coisas com mais significado. É tipo, "o que falar dessa Rae que mal conheço mas já considero pakas?"


Don't Go


  Não pude deixar de reparar no fato das quatro cantoras serem britânicas. Eu não ouvia muito de música britânica, e de repente apareceu essa revolução na minha vida esse ano. Acho que eu posso me acostumar! Mas essa não é a maior semelhança entre as quatro. O que elas têm em comum é o fato de serem compositoras incrivelmente brilhantes, cantoras exímias e artistas dignas que merecem uma posição maior de destaque na indústria. Sempre que surgirem essas surpresas no meu caminho eu vou divulgar aqui no Blog. E, você? Também é fã de "música boa que ninguém conhece"? Deixe sua sugestão nos comentários, e compartilhe esta postagem para que outras pessoas também possam conhecer coisas novas e sair dessa mesmice! Obrigado por lerem e até a próxima!

domingo, 3 de maio de 2015

Resenha: Head Or Heart Tour + Promoção

  Ir em shows é sempre uma experiência única, mas ir no show do seu ídolo é simplesmente a coisa mais surreal que pode acontecer com um fã. Tentei de todas as formas encontrar palavras pra fazer uma postagem detalhada e completa, mas não consegui, então achei que fosse melhor que vocês me ouvissem cara a cara, por isso nosso querido PunkNDisorderly ganhou seu segundo vídeo!


Christina performando "Human" - Foto de minha autoria


  Aqui estão todos os detalhes da minha experiência com a cantora Christina Perri em sua primeira Tour no Brasil, semana retrasada. Logo abaixo tem os vídeos que gravei de algumas músicas e momentos especiais do que foi o meu dia com ela. Espero que gostem!




Vídeos do show (todos de minha autoria):


Trust + Shot Me In The Heart


Distance


Burning Gold
 


The Words


One Night


A Thousand Years


Be My Forever



Human


I Believe


Thinking Out Loud (Cover do Ed Sheeran) + Penguin


Jar Of Hearts


Christina dizendo que ficaria na minha casa na próxima visita ao Rio


Christina indo embora do Teatro Bradesco Rio


  E pra compensar o excesso de vídeo e falta de texto, resolvi organizar a primeira promoção do Blog! Os dez primeiros que compartilharem a postagem e/ou o vídeo da resenha e comentarem aqui na postagem receberão em casa pelo correio uma foto tamanho 20x30 da Christina. Detalhe: Foto que ela está olhando pra mim e pra minha câmera. Momento único que consegui registrar e que compartilharei com todos vocês!




  Lembrem-se de comentar seus Twitters/Facebooks para que eu possa solicitar o endereço de envio das fotos! E é claro: sintam-se à vontade pra opinar sobre a postagem. Sugestões e críticas positivas ou negativas sempre serão bem vindas aqui. Obrigado por lerem e espero que tenham gostado, pois foi a postagem mais sincera que já fiz! E até a próxima!  
  


sexta-feira, 3 de abril de 2015

Head Or Heart Completa 1 Ano de Lançamento + Downloads Exclusivos

  Como bom fã da Christina Perri que sou, e grande admirador de seus álbuns, não pude deixar de escrever algo sobre o aniversário de um ano de sua segunda gravação de estúdio e meu álbum favorito da própria, o Head Or Heart. Minhas amigas do Bookworm Like e indicaram a postar aqui no PunkNDisorderly o texto que escrevi sobre, então foi o que fiz. Como postei em inglês na minha página do Instagram, vou dar aquela traduzida básica pra vocês. Espero que gostem!


  "Quase atrasado, mas ainda em tempo. Hoje, dia primeiro de Abril, é aniversário de um dos meus álbuns favoritos de todos os tempos. Feliz Aniversário Head Or Heart! Esse álbum significa muito pra mim porque essas músicas fizeram uma grande diferença na minha vida ano passado. Além disso, Ceeps é a minha compositora favorita e uma das minhas cantoras favoritas, então tem uma razão muito boa de porque significa tanto. Eu consigo me ver em cada canção, consigo sentir todos os sentimentos das quais elas falam, e algumas me ajudaram a atravessar tempos difíceis. Eu não poderia ser mais grato à Christina por isso, e agora o álbum e ela mesma são uma grande e importante parte de mim. Agora eu sou um penguin! Hahaha (Nota: Penguins são como os fãs dela se denominam. É basicamente o nome da fanbase) Cabeça ou coração (head or heart)? Qual dos dois você confia (Trust)? É completamente louco pensar em como alguns sentimentos são tão intensos que eles parecem brilhar como chamas douradas (Burning Gold). Eles fazem você dizer "seja meu para sempre" (Be My Forever), mesmo não tendo muita certeza disso, e então você está completamente assustado. Mas isso é normal, você é apenas humano (Human). E uma noite (One Night) você desiste de tudo, e então você pensa "eu não quero quebrar" (I Don't Wanna Break) mas se vê perdido em um mar de amantes (Sea Of Lovers) sem navios, esperando por alguém vir e dizer as palavras (The Words) que vão garantir que são coração não será quebrado novamente. E então você não é mais uma criança solitária (Lonely Child). Você não sente mais a necessidade de correr (Run). E você perde-se novamente em um sentimento que quando você menos espera, vai embora voando como uma borboleta (Butterlfy). Então você está desesperado, você perde a fé e quase pede a alguém "Por favor, eu não aguento, me ajude porque alguém atirou no meu coração (Shot Me In The Heart) desta vez". Sentimentos podem nos deixar malucos. É por isso que eu acredito (I Believe) que você precisa ouvir seu coração, mas também deve confiar em sua cabeça. Obrigado por me ajudar com esse álbum incrível, Ceeps! Te vejo em 21 dias!"

Minha versão física do álbum


  Christina Perri desembarcará no Brasil ainda esse mês com sua Head Or Heart Tour. Eu não aguento mais esperar por esse show! Tenho certeza que será o melhor que já fui em toda a minha vida! Será a experiência mais diferente que já tive em toda a minha vida em questão de shows por vários motivos, mas principalmente por ser em um teatro aqui no Rio de Janeiro, sem empurra empurra, sem bagunça, sem gente se matando na fila, sem contar o fato que os fãs que compraram para o setor plateia baixa Gold ainda serão premiados com uma entrada antecipada e poderão acompanhar a passagem de som da banda e da cantora! Se dermos sorte, ela vai descer pra falar com a gente e vai rolar Meet & Greet! AAAAAAAAAAAAAAAAAAA! Depois que acontecer, deixarei todos os detalhes aqui, com toda certeza.

  Em comemoração ao aniversário do Head Or Heart, resolvi disponibilizar pra download grátis as duas versões novas dos singles retirados do álbum, Burning Gold e The Words. As versões dos clipes são um pouquinho diferentes das versões do álbum, e como fã que sou e colecionador de música nato, tive que dar um jeito de conseguir essas novas roupagens também. Não foi nada fácil retirar o áudio dos vídeos, uma vez que ambos possuem efeitos e ruídos extras, mas acho que quanto mais faço isso caçando novas e diferentes versões das músicas, melhor meu trabalho fica. Coloquei em qualidade iTunes e disponibilizei a capa pra vocês, espero que gostem!

Clique aqui para baixar "Burning Gold"
Cliquei aqui para baixar "The Words"

  19 dias para a Head Or Heart Tour, penguins! Ansiosos? Deixem seus comentários e movimentem o blog!

domingo, 29 de março de 2015

Sobre O Fim De Glee: Eu Vivi

  Glee terminou há uma semana e dois dias atrás e eu ainda não consegui superar.

  Talvez ainda leve muito tempo pra que eu consiga, mas uma coisa eu posso dizer: foi lindo. Não sei ao certo sobre o que vou escrever aqui, se vou falar sobre o episódio, se vou contar como foi ou o que eu achei, simplesmente vou deixar fluir. Só queria reservar um espacinho aqui no PunkNDisorderly pra tratar do assunto. Acho que devo isso à eles.

  Conheci Glee em 2010 por causa do cover de Keep Holding On que eles fizeram na primeira temporada. Avril Lavigne era meu ídolo desde 2002, e essa música (composta por ela inclusive) é a minha favorita desde que a ouvi pela primeira vez. Ela me ajudou a passar por vários momentos difíceis, de problemas familiares a bullying na escola. De alguma forma, eu não consigo ter outra música favorita. Já tentei - The Words da Christina Perri e Roots Before Branches do RoomForTwo foram as principais candidatas - mas no fim, não consigo largar dela. Talvez eu tatue o nome algum dia. Não, com certeza em algum momento eu vou tatuar. Mas continuando, vi o primeiro cd de Glee - Glee: The Music, Volume 1 - vendendo nas Lojas Americanas e como sempre, fiquei lendo o tracklist pra saber do que se tratava. Nessa época eu não conhecia a série ainda, mas ver o título de Keep Holding On ali me fez pesquisar sobre. Encontrei o download da música e me apaixonei pela versão deles. Logo após isso, Glee foi ficando mais conhecido e mais versões de músicas chegavam até mim. Halo/Halking On Sunshine, Jar Of Hearts, Empire State Of Mind, Take A Bow e é claro, Don't Stop Believin' foram as que mais me chamaram a atenção a princípio. Eu lembro que pensava: eles com certeza têm talento. Demorou um pouco até eu começar a assistir, e mesmo assim, eu assistia apenas episódios aleatórios. Lembro que eu não curtia tanto porque achava que era tudo apenas edição de estúdio, que eles não tinham aquele talento todo, que não cantavam ao vivo, até tinha um certo "preconceito" com a voz da Lea (Michele), achava editada demais, por vezes até chata. Mal sabia eu o quanto essa mulher se tornaria importante pra mim futuramente, e não só ela, mas fundamentalmente ela e seu personagem na série.


Keep Holding On

  
  Algum tempo depois, eu voltei de viagem do lugar em que sempre sonhei em construir minha vida e estava completamente doente. Emocionalmente e fisicamente. Meu espírito estava quebrado, minha vontade de viver se esvaindo. Se o texto está dramático, nem queiram imaginar como foi na realidade. Eu não conseguia mais viver. Não queria. Não parava em um emprego, faltava minhas aulas, e cheguei a considerar medidas bem extremas, como conseguir falsificar um atestado médico pra comprar Valium e fazer sabe Deus lá o que depois. Felizmente, eu sempre fui muito covarde pra realmente tomar tais medidas. Até mesmo nas vezes que fugi de casa, desisti e voltei, lá nas minhas épocas de 14/15 anos. Mas chega um ponto em que você desiste de tudo. Desiste até de desistir. Eu cansei de tudo que eu tinha ao meu redor. Cansei de me cansar. Cansei de desistir de mim, e naquela época, eu só queria me esconder debaixo da cama de um algum quarto escuro e ficar ali pra sempre. Era MUITA dor. Cheguei à um ponto em que ninguém conseguia me ajudar. Nem mesmo eu. Quando se é um sonhador, quando se vive de sonhos, qualquer decepção pode te levar pro túmulo, e confesso que jamais, NADA doeu tanto quanto sentir o meu sonho, que tenho desde que me entendo por gente, que estava na palma da minhas mãos de repente sumir diante dos meus olhos. 2014 foi provavelmente o pior, o mais desgraçado, doloroso, desesperador, agonizante e o mais sombrio ano de toda a minha vida, exceto por apenas um detalhe: eu comecei a assistir Glee pra valer.

  Tinha começado num emprego novo quando achei Glee no Netflix. "4 temporadas? Pra quem nunca viu tudo completo deve bastar". Comecei a assistir e logo no primeiro episódio já chorei com a performance de Don't Stop Believin'. Sou louco por Journey e esse cover deles nem era novidade pra mim, mas eu nunca havia visto a performance em si e não sabia o porquê do Finn (Cory Monteith) escolher essa música para o Clube cantar, e enfim, tudo isso me emocionou muito. Terminei o episódio chorando junto com o Mr. Schue (Matthew Morrison) [risos]. A partir daí fui me apaixonando gradativamente pela série e pelos personagens, depois pelo cast. Sobre as músicas nem preciso comentar, já gostava delas antes mesmo de começar a assistir. O mais interessante sobre séries é que dependendo de como você é e como você lida com a vida, elas mudam você. Foi assim com Glee.

  A cada episódio que passava, eu via a mim mesmo em Rachel Berry (Lea Michele). Seus sonhos, seus objetivos, suas falhas, seus triunfos. Ela se parecia comigo em tudo. Ou eu me parecia com ela, não sei. Eu sei que por causa de Glee e principalmente de Rachel Berry eu finalmente consegui me encontrar na época em que eu mais estive perdido. A cada vitória deles, ou dela melhor falando, eu vibrava. A cada derrota, eu chorava. E a cada lição por ela aprendida eu levava para a minha vida pessoal, até que chegou um ponto em que eu simplesmente entendi o que eu tinha que fazer pra conseguir as coisas que eu quero. Consegui avançar quando estava estagnado, consegui voltar a sonhar de novo e abrir meus horizontes para tudo aquilo que eu mais amava e que só estava aqui, dentro de mim, adormecido, esperando a hora certa de despertar. Agora eu tenho novos objetivos, novas metas, novos caminhos a seguir que provavelmente me levarão à conquista daqueles velhos sonhos da infância que ainda estão aqui, gritando pra serem realizados. Muito pessoal pra eu contar aqui quais são exatamente, até porque sonhos não se contam. Você os vive, simplesmente. Com Glee, eu aprendi que você precisa encontrar o prazer na jornada, e não no objetivo. Pra no fim, poder olhar pra trás e dizer "É, eu fiz tudo. EU VIVI." Graças à Glee eu reencontrei meu caminho e consegui forças pra sair de baixo da cama daquele quarto escuro. Graças à Glee eu encontrei meu motivo de novo. E essa é a razão pela qual muitos não entendem o quanto o fim da série foi simplesmente devastador pra mim.


Minha versão favorita de Don't Stop Believin'


    Glee foi a única série que eu acompanhei ao vivo, pelo menos essa sexta temporada. Eu tenho o costume de assistir depois que a temporada toda é lançada, assim não preciso esperar, mas como essa era a última temporada, achei válido acompanhar. Assisti todos os episódios desde o início em Janeiro, reservei todas as minhas Sextas-Feiras só pra isso, evitei de sair, e um pouco depois de eu voltar a trabalhar ainda dava pra chegar em casa correndo e assistir, porque o stream era muito tarde. Mas aí o horário de verão dos EUA mudou e eu não podia mais assistir porque não dava tempo de chegar em casa na hora. Já começou a me doer daí. A partir do episódio 9 eu já precisei fazer download porque não conseguia mais assistir ao vivo. Foi completamente frustrante. Eu ainda tinha que pensar num plano pra conseguir assistir a Series Finale. Por fim, com muito sacrifício porque trabalho numa loja pequena, consegui trocar de turno com meu colega nos últimos segundos, e me preparei pra assistir o final. Mas é claro, como tudo na minha vida precisa dar errado, o stream não tava pegando, então tive que assistir aos dois últimos episódios travando. Mal consegui ouvir as músicas. Mas a reação foi a que eu esperava: choro, frustração, tristeza. Começando pelo episódio "2009", em que o Cory apareceu e foi lançada uma versão remasterizada de Don't Stop Believin' da primeira temporada [Se você estava fora do planeta nos últimos dois anos, o ator faleceu em 13 de Julho de 2013, deixando todos os fãs abalados, inclusive a mim que nem era fã da série na época]. Quase que não respirei, parecia um ataque de asma [risos]. Mas era uma dor que já estava presa aqui há muito tempo, e eu precisava me livrar dela. Acho que só fiquei tão devastado com a morte de um ator quando meu favorito da época, Heath Ledger, também faleceu e pelo mesmo motivo. Logo depois veio o último episódio, e eu não poderia imaginar um título melhor para o mesmo: "Dreams Come True", literalmente, Sonhos Se Realizam, o maior lema que já carreguei em toda a minha vida. Os desfechos foram dignos. É claro, ficou aquela sensação de vazio porque era para Finn Hudson estar ali também. Mas ainda assim eu gostei. Acho que nem tudo pode ser do jeito que nós queremos, mas existe sempre um caminho para reencontrarmos a felicidade, se persistirmos e não pararmos de acreditar. Nesse pouco tempo - relativamente pouco, comparado aos fãs que acompanhavam desde o very first episódio - eu puder ver minha Rachel Berry crescer e se tornar a pessoa que esperava. Não exatamente do jeito que esperava. Muitas lutas foram perdidas, muita dor foi sentida e muitas lágrimas foram derramadas. Quando você sofre você muda, é automático, nunca é a mesma pessoa de antes. Mas mudanças nem sempre são pro nosso mal. Elas nos fazem crescer. E como a mesma Rachel/Lea cantou na última canção original lançada pela série, composta pelo ator do personagem Blaine Anderson, Darren Criss, "Apesar de todas as batalhas que nós perdemos ou talvez vencemos, eu nunca parei de acreditar nas palavras que nós cantamos".




  Acho que no fim das contas, é sobre isso que se trata a vida. Não importa o que vier, ou o que acontecer, você não pode deixar de acreditar, porque no final, é isso que vai fazer valer a pena levar contigo os momentos que você viveu, sejam eles bons ou ruins. Batalhas perdidas ou ganhas. Eu sinto que ainda nem comecei a crescer e se o Universo me permitir, ainda tenho muito a viver, aprender e fazer. A história de Rachel Berry e dos estudantes da McKinley High foi apenas um capítulo do livro da vida de todos que a série tocou o coração. Quando comecei a assistir Glee, eu acreditava que fazer parte de algo especial nos tornava especial, e isso me deprimia um pouco, porque na época eu não fazia parte de nada que fosse especial. Eu odiava meu trabalho, odiava meu curso, odiava minha vida, e principalmente, odiava quem eu era. Mas depois que acabou, aprendi mais uma lição com eles: você não precisa fazer parte de algo especial para ser especial. ALGO É ESPECIAL PORQUE VOCÊ FAZ PARTE. Graças a Glee eu consegui mudar um pouco - MUITO, na verdade - meus pensamentos destrutivos e consegui enxergar beleza nas pequenas coisas. Na verdade, eles sempre dão um jeito de mostrar que todos tem seu valor. E como diz a música, o tempo que eu tive com Glee eu vou guardar pra sempre.


Minha tatuagem, feita um dia antes do lançamento do último episódio


  No fim, parece que vivemos uma vida inteira com todos os personagens, as histórias, as músicas, as performances. E vivemos. E viveremos muito mais. Digo isso à todas as pessoas que não só acompanharam a série até o fim, mas todas aquelas que estão lendo isso e perseguem um sonho grande. Não parem de acreditar. Não desistam. Sonhos se realizam, eu sou a prova viva disso porque já realizei parte dos meus. Grande parte de conseguir algo é a lutar por ele. É onde você encontra mais contentamento consigo mesmo. Então lute. Faça. Persiga. Pra no final, quando chegar o momento, você poder olhar pra trás e ver que aproveitou todos os segundos que o mundo te deu, que viu todos os lugares que precisava ver. Pra você eu deixo essa mensagem. "Espero que quando chegar o momento, você diga: eu fiz tudo". Que quando você olhar pra trás, assim como os personagens, o cast, e todos os fãs de Glee, você perceba que viveu




terça-feira, 17 de março de 2015

Resenha: Piece By Piece - Kelly Clarkson + Vídeo

  Quando Kelly Clarkson anunciou seu oitavo álbum de estúdio - sexto sem contar o álbum natalino e o álbum dos grandes sucessos - já era previsível que coisas grandes estavam por vir. Afinal, a dona de uma das vozes mais invejadas no meio musical sempre acerta. Às vezes dá algumas escorregadas, mas no final sempre se sai bem, porque como ela mesma diz, não dá a mínima para o que os outros pensam dela. Minha opinião pessoal sobre a Kelly: ela é a melhor cantora do mundo. Simples. Nenhuma voz feminina me agrada mais do que a dela. Uma voz singular, única, incomum, forte, potente, extensa, segura e firme que poucas possuem. Ela é suave aos ouvidos, convidativa, te conforta como um travesseiro. Mas é intensa quando preciso, alcançado as mais altas notas sem sair do compasso da afinação. Kelly é uma das únicas cantoras cujas músicas eu prefiro ouvir ao vivo do que em estúdio, na maior parte do tempo. Tem magia na voz dela, é algo indescritível. Eu me arrependo até hoje por não ter jogado tudo pro alto, arrumado minhas malas e corrido pra São Paulo em 2012 quando ela veio ao Brasil pela primeira vez. Se tem uma coisa que eu quero fazer antes de morrer e eu não aceito partir desta vida antes disso é ver e ouvir Kelly Clarkson performando ao vivo. Na verdade, até seu nome me passa uma sensação de poder e realeza. É gostoso até de ouvir.


Versão Standard


  Como um bom admirador, eu esperei seu novo álbum Piece By Piece impacientemente. Kelly sempre me surpreende, e desta vez não foi diferente. O primeiro single e música de abertura do álbum, Heartbeat Song, já tinha um gostinho de nova fase. Diferente da Kelly de Since U Been Gone e Never Again, ela nos trouxe algo mais doce em questão de letras, mas com os mesmos traços marcantes de sua voz espalhados por toda a música. O ponto alto da canção é quando ela utiliza de sua famosa extensão vocal poderosa pra gritar o trecho "bring it one more time". Como todos sabemos, - e se você não sabe, aconselho a começar a procurar porque não sabe o que está perdendo - Kelly possui um controle muito bom sobre seus vocais. Ela quase nunca desafina. Ela nunca desafina na verdade, embora eu já tenha escutado sua voz falhar ou quebrar algumas vezes. Tirando essas poucas vezes (realmente poucas porque é quase impossível você achar um vídeo em que ela esteja "cantando mal" ou errando algum tom), Kelly é absurdamente sem falhas ao vivo. O que nós ouvimos no cd, nós podemos realmente ouvir pessoalmente, diferente de muitos cantores por aí que usam e abusam do auto-tune, e a versão live das músicas é no mínimo decepcionante. Heartbeat Song é uma música animada e divertida, e como eu costumo brincar, com "dois ritmos" em uma música só. Há quem diga que ela é um plágio de The Middle da banda Jimmy Eat World (um dos meus vícios e bandas favoritas), mas eu acho que a sequência de guitarras sincronizadas com o ritmo uptempo da bateria foi apenas uma coincidência infeliz. De qualquer jeito, você pode comparar as duas por si próprio aqui, e conferir o clipe de Heartbeat Song, único clipe lançado até agora para o álbum.


Videoclipe de The Middle


Videoclipe de Heartbeat Song

  
  A segunda música do álbum e já escolhido segundo single oficial de trabalho, Invincible, foi escrita por ninguém menos que Sia Furler (em colaboração com outros 3 compositores) e é sem sombra de dúvidas um dos trunfos do álbum. O instrumental em si é simples, com uma batida lenta e carregada de sintetizadores e efeitos sonoros, mas a música é algo completamente diferente de qualquer coisa que já ouvimos sair da boca de Kelly. Os vocais são ABSURDOS. No começo, ao dizer os primeiros versos, "You know I was broke down, I had hit the ground, I was crying out, couldn't make no sound", você já percebe a diferença. A voz dela também está com um efeito de eco nessa parte, o que torna a música ainda mais interessante. Mas o ponto principal é a nota alta e contínua que se prolonga até virar um falsete poderoso no final da ponte, quando Kelly se pergunta do que ela estava correndo. A propósito, a letra é maravilhosa. Sia jamais decepciona. Nota: Kelly gravou o Piece By Piece quando estava grávida de sua primeira filha, River Rose (o bebê mais fofo da face da Terra), e nesse período ela estava muito doente porque sua gravidez foi de risco. Ela chegou a dizer em entrevistas que vomitava mais de 10 vezes ao dia, o que prejudicava muito suas cordas vocais, e que uma vez em estúdio chegou a perder completamente a voz.




  A terceira música, Someone, já entra na categoria de músicas amargas dela, cujas quais já estamos acostumados. Possui um instrumental bem simples também, completamente eletrônico. Os vocais não decepcionam, a letra é linda e a música é lenta. Uma música perfeita pra ouvir no término recente de um namoro. Ótima pedida pra curar corações machucados. 




  Já a quarta música do álbum, Take You High, entra na categoria de novidades. Kelly apostou bastante no eletrônico nesse álbum. A música é misturada entre o som de violinos e violoncelos e efeitos eletrônicos que dessa vez atingem até a voz de Kelly, contendo um mix de agudos da própria. Também possui uma ponte incrível onde ficam apenas os agudos poderosos de Kelly inundando todo o ambiente e te transportando para um mundo só dela com violoncelos acompanhando. Apesar de ter uma base completamente eletrônica, a música ainda é um pouco lenta, no estilo de Someone. Vamos dizer que não daria pra dançá-la em uma balada, mas ainda chegaremos lá, porque este álbum é bem versátil e cheio de surpresas.




  A quinta música e faixa título do álbum, Piece By Piece, é com certeza mais um trunfo. Na primeira vez que eu a ouvi, a apelidei de "Because Of You 2.0". Assim como no maior sucesso de sua carreira lançado em seu segundo álbum de estúdio em 2004, Breakaway, Piece By Piece narra a história da difícil relação de Kelly com seu pai biológico, só que dessa vez em uma perspectiva diferente. Em Because Of You, Kelly ainda fala como uma menina amedrontada e fraca, destruída pela dor que seu pai causou a ela mesma e sua família. Já na nova faixa, ela assume uma postura mais forte, de mulher crescida, apontando todos o erros do pai na cara do próprio e dizendo o quanto o marido, o empresário musical Brandon Blackstock a fez recuperar a fé nos homens. Mais surpreendente ainda, ela ainda fala da filha no último refrão: "Eu caí longe da árvore, eu nunca vou abandoná-la como você me abandonou. Ela nunca terá que questionar o seu próprio valor, porque diferente de você eu vou pensar nela primeiro. Ele nunca vai deixá-la, ele nunca vai quebrar o coração dela, ele vai tomar conta das coisas, ele vai amá-la. Pedaço por pedaço, ele restaurou minha fé que um homem pode ser gentil e um pai deveria ser ótimo", deixando bem claro que ela seria uma mãe de verdade pro seu bebê e não a abandonaria como seu pai fez. O que mais me surpreende nessa música é a veracidade na letra, a honestidade com a qual Kelly escreveu sobre seus assuntos inacabados com o pai. O que me faz pensar que ela precisou ser muito forte pra conseguir falar disso tudo e abrir seu coração, sua vida e sua intimidade desse jeito. O instrumental da música é bem mais trabalhado que o das duas anteriores, dominado pelo ritmo da bateria e regido pelos teclados. Os vocais também são impecáveis, como sempre. Nota 2: Por esses motivos técnicos e por outros motivos pessoais de coisas que também aconteceram comigo, essa é a minha favorita de todo o álbum. 




  A sexta música do álbum é um dueto com o cantor John Legend, Run Run Run. Amo a voz do John e achei muito inesperada porém ousada a parceria entre os dois, já que ambos possuem vozes marcantes e únicas. Mas fiquei com o pé atrás com a música desde o início quando alguns fãs da banda Tokio Hotel vieram cheios de ódio invadir as páginas das redes sociais de Kelly dizendo que ela havia "roubado" a canção deles. Sendo que nem o Tokio Hotel e nem ela escreveram a música, ou seja, ninguém roubou de ninguém. A própria Kelly não sabia que a música já havia sido gravada por algum outro artista, e disse em seu twitter oficial que a única versão que ela havia ouvido era uma versão piano/vocal do autor da música entregue à ela há dois anos atrás.



  Update: A banda se pronunciou sobre isso respondendo os tweets dela, inclusive um deles havia uma foto com o tracklisting do Piece By Piece com o nome dos irmãos Tom e Bill Kaulitz creditados à composição da música, mas chequei na minha versão física do cd e os nomes deles não estão lá, então realmente não tem como saber o que aconteceu de verdade nessa confusão toda. Só tenho uma certeza: Kelly não roubou ninguém, e a própria disse que ela mesma e o John Legend ficaram se sentindo idiotas quando descobriram que a música já havia sido gravada. Vocês podem conferir nesse vídeo abaixo:




A música tem a base em piano, mas ela vai crescendo devagar, até que explode em batidas com ambos os cantores cantando em tons altos. A mistura das vozes ficou simplesmente deliciosa de ouvir, mas ainda tenho pé atrás com essa música pela confusão que deu com os fãs do Tokio Hotel (risos), e porque eu não curto muito covers ou regravações em álbuns de estúdio, e não é a primeira vez que ela faz isso. Kelly também possui covers em seu primeiro álbum de estúdio, Thankful, e no quarto, All I Ever Wanted, mas toda essa confusão com Run Run Run foi realmente desnecessária, porque eu facilmente substituiria essa música da versão standard do álbum por qualquer música da versão deluxe - embora essa seja só a minha opinião pessoal.





  A sétima música, I Had A Dream, entra na categoria de "coisas fodas que a Kelly nunca fez", porque eu confesso que fiquei sem palavras e jogado no chão com essa novidade. Imagine uma música com o ritmo e o som de uma multidão marchando, misturada à uma letra com tom de revolução te dizendo pra seguir seus mais profundos sonhos e um coral dando aquele toque final de luta na defesa do que você acredita. Essa é I Had A Dream. Também escrita pela própria Kelly com os corais adicionados por Greg Kurstin, a música é um trunfo em vários sentidos. Ritmo e letra perfeitamente sincronizados e vocais maravilhosos - dela e do coral de fundo - completando tudo e gerando uma emoção a mais, eu não me impressionaria em ver essa música na trilha sonora de algum filme revolucionário ao estilo Jogos Vorazes - A Esperança Parte 2. Na letra Kelly diz "Se você quer pregar, seja um pregador. Se você quer ensinar, seja um professor. Lembre-se que as pegadas que você deixar nos dirão quem você realmente é". Eu consigo ver claramente uma multidão que luta por um objetivo comum usando essa música como tema ou inspiração. É simplesmente uma viagem maravilhosa ouví-la.

  A próxima música, Let Your Tears Fall, é mais uma colaboração de Sia Furler para o álbum. É também bem eletrônica, carregada nos efeitos sonoros inclusive na voz de Kelly. Foi uma das única faixas do álbum que não me chamou muito a atenção, achei meio "mais do mesmo", porém a letra é lindíssima. "Conte-me todos os seus segredos, conte-me seus medos, eu não vou te afastar, eu só irei te puxar pra perto. Não, eu não vou te julgar. Eu vou te ajudar a passar por isso" quem não gostaria de ouvir isso de alguém querido? Realmente o ponto alto da canção é a letra, que como sempre, escrita pela Sia, não decepciona. 

  Tightrope é a nona canção do álbum, também escrita por Kelly. De acordo com a própria, ela escreveu a música bem rápido depois de uma noite ruim. Ela disse que "pode ser difícil saber onde pisar no início de uma relação", o que me faz acreditar que tenha sido após uma briga ou uma discussão com o marido. Afinal, quem não briga? De qualquer jeito, Tightrope é um dos meus "amorzinhos" do álbum, até porque tenho um fraco por músicas calmas e sinceras. A letra é bem sugestiva, e pode vir a te fazer chorar se você ouvir em um momento de fragilidade, tipo quando estamos naquela fase de nos importar tanto com alguém a ponto de ter medo de que o mundo vá fazer de tudo pra tirá-lo de nós. O instrumental é simples e bem trabalhado, tendo a base em piano e violinos acompanhando, com uma batida leve e serena. E os vocais, é claro, absurdamente perfeitos. Uma característica marcante da voz de Kelly é que ela te faz sentir tudo o que ela quis dizer com a música. Se ela quer que você dance, você vai dançar. Se ela quer que você chore, você vai chorar. Isso tudo apenas cantando. Kelly é o poder!

  A décima faixa, War Paint, é uma canção uptempo que fala sobre brigar com quem está do mesmo lado que você de uma determinada situação. A interpretação fica livre pra quem ouvir. Pra mim, pessoalmente, fala sobre um relacionamento entre duas pessoas em que uma simplesmente não consegue abrir seu coração e não consegue ser sincera com seus sentimentos, o que acaba ocasionando brigas. Por isso Kelly diz, "nós poderíamos ser lindos sem uma pintura de guerra". A letra é muito bem trabalhada, o instrumental e os vocais também. É aquele tipo de canção que "funciona". Amo como ela vai crescendo até estourar no refrão e o jeito que fala sobre deixar suas paredes caírem e ser vulnerável para alguém que realmente se importa.

  Agora é briga de cachorro grande, guerra de quem chegou pra destruir! A décima primeira música, Dance With Me, vai fazer você querer dançar a noite inteira numa balada em Nova York, Londres ou Los Angeles porque MEU DEUS, É SÉRIO, É A COISA MAIS FODA QUE EU JÁ OUVI VINDO DESSA MULHER. A letra é absurdamente bem escrita, os vocais são PERFEITOS, as batidas são na medida certa, os efeitos eletrônicos são bem colocados, até a base de coral na ponte a torna convidativa. Ela nasce e vai crescendo e crescendo até estourar no refrão e continuar até o final, quando meio que se "recolhe" e retorna ao ponto vazio de onde se iniciou. Eu não vejo a hora de Kelly lançá-la como single e desbancar nas paradas musicais e nas melhores baladas ao redor do mundo, porque quando toca essa música, você simplesmente não consegue pensar em mais nada a não ser querer agarrar a mão de quem você gosta, levá-lo pro centro do clube e dançar até não se aguentar mais! Como a própria Kelly disse, Dance With Me é uma mistura de ABBA com David Bowie, e é a mais feliz do álbum. SÉRIO, VOU FAZER PROTESTO PRA ESSA MÚSICA SER SINGLE.

  A décima segunda música se chama Nostalgic, e é justamente sobre isso que se trata a letra, sentir nostalgia de um relacionamento que terminou. Kelly começa a música com a frase clássica de "Não fique triste porque terminou, fique feliz porque aconteceu" e o instrumental é muito gostoso de ouvir. Eu fecho os olhos e consigo me imaginar em um ringue de patins dos anos 80, dançando e patinando ao som da música. A base em teclados sintetizados e a batida lenta porém agitada deu todo um contexto de anos 80 à canção. Com certeza uma das melhores do álbum, mas não sei se daria certo como single.

  Finalmente chegamos ao fim da versão standard, com Good Goes The Bye, a décima terceira música. Eu sou completamente apaixonado por álbuns que terminam com uma música calma, ou triste, ou amarga, e nesse caso esse terminou com as três unidas em uma música só. Foi o fim perfeito. A música não é nem muito lenta, nem muito agitada, e possui a batida característica do tracklisting. É muito boa de ouvir, e é muito bem escrita também. A letra fala sobre dizer adeus, simplesmente, porque tudo acaba. É uma boa música pra ouvir se você está precisando dizer adeus pra alguém. Na verdade, a própria Kelly diz um "goodbye" amargo e isolado no fim da música. 



Versão Deluxe


  Na versão Deluxe do álbum temos uma dose da Kelly revoltada de sempre, mostrando todo o seu potencial vocal em Bad Reputation, décima quarta faixa. Com um instrumental bem característico de seu quarto álbum, All I Ever Wanted, Bad Reputation possui vocais fortes e poderosos como você jamais ouviu da própria. A letra também é divertida e fala sobre alguém que está arruinando a sua má reputação como parceiro, porque você é aquele que nunca se apaixona e nunca se deixa iludir por ninguém. O instrumental é um misto de guitarras e batidas eletrônicas. A décima quinta se chama In The Blue e é a minha segunda favorita de todo o álbum. O conjunto instrumental-letra-vocais parece funcionar muito bem aqui também. O primeiro é carregado de batidas e efeitos sonoros de guitarra sintetizados, misturados à vocais emocionantes repletos de falsetes característicos de Kelly. A letra fala sobre estar com alguém eternamente, mesmo depois de essa pessoa ter partido. Pode muito bem ser aplicada à alguém que faleceu, porque  a expressão "in the blue" faz menção ao luto, à dor e ao vazio que as pessoas deixam quando morrem. Na ponte quando ela canta "Eu vejo o seu rosto em cada estranho, passos na sala, bafo quente na minha nunca, sombras na parede. E sua voz é alta como trovão, eu consigo escutá-la ecoando na minha cabeça" você percebe claramente que fala sobre as lembranças de ter tido alguém ali antes, e não ter mais, o que dá até uma dorzinha no fundo do peito mesmo pra quem nunca perdeu ninguém. Também significa muito pra mim. A décima sexta e última música da gravação se chama Second Wind, que eu não gostei muito da primeira vez que ouvi, mas agora estou completamente V-I-C-I-A-D-O. É sério, a música é muito boa. Fala sobre dar a volta por cima e se recuperar e tem umas tiradas muito boas, do tipo "Você não sabia que é ficar pra baixo que faz sair por cima ser tão doce". O instrumental é bem simples, completamente eletrônico, e os vocais impecáveis, como não é surpresa. Dá até pra dançar, dependendo da ocasião.

  Chegamos ao fim de mais uma resenha com uma conclusão: KELLY CLARKSON IS BACK, BITCHES! O álbum já hitou o topo da revista Billboard e também tem alcançado boas posições no site iTunes. Ah, e tenho uma surpresinha pra vocês dessa vez! Gravei um vídeo mostrando o Piece By Piece em sua versão física brasileira! Espero que gostem! (O vídeo mostrando o cd mesmo começa em 9:00, porque antes eu dei algumas informações sobre o Blog, contei histórias, justifiquei atrasos, e etc.)




  Comentem, divulguem, deixem suas sugestões e críticas e movimentem o blog! O autor agradece! Até a próxima pessoal!


segunda-feira, 16 de março de 2015

#GleeToMe

  Como todos já sabem, Glee está em sua reta final e faltam apenas dois episódios para o fim definitivo da série. Quero morrer Recentemente nos últimos episódios exibidos pela FOX americana, algumas mensagens têm aparecido dizendo para os fãs expressarem seus sentimentos pela série usando a hashtag #GleeToMe no Twitter, Instagram ou Facebook. Eu fiz a minha, porque como todos sabem, Glee é minha série favorita (junto com One Tree Hill), e achei que seria interessante escrever aqui também. Espero que gostem.




"#GleeToMe Fiz essa "montagem" há uns dias atrás com o Cast de todas as seis temporadas junto porque o pessoal da Fox perguntou o que Glee significa pra nós, os fãs. Tive uma semana tão ruim que a única coisa que eu queria era que chegasse sexta à noite porque assistir Glee sempre torna tudo melhor. Pra variar, me fodi mais uma vez, o fuso horário de New York mudou e agora não vai dar mais tempo de assistir porque chego em casa muito tarde todo dia. Logo agora, restando apenas 4 episódios pra acabar pra sempre, logo agora que pude acompanhar uma temporada de uma série que eu amo no tempo certo de lançamento pela primeira vez na vida. Parece bobo mas essas coisas pequenas tem MUITO significado. O que me fez parar pra pensar sobre o que eles significam pra mim. O Cast, acima de tudo. Além de tornar meus dias melhores, Glee me traz essa sensação de conforto e refúgio que só minha outra série favorita me trazia. Já tive que lidar com o fim de One Tree Hill, mas é diferente agora, porque assim como Harry Potter, é algo que eu gosto desde criança, então é como se fosse fazer parte da minha vida pra sempre. Só que essa ligação com Glee veio tarde, mas veio numa hora tão certa e quando eu precisava tanto que eu tenho muito medo de que um dia eu esqueça. É aterrorizante pensar que no fim do ano passado eu estava super tranquilo achando que dia 20 de Março ia demorar muito pra chegar e de repente aqui estamos nós, apenas à duas semanas do fim. É como ver um amigo que apareceu na tua vida e te ajudou sem pedir absolutamente nada em troca dizendo adeus pra sempre simplesmente porque as coisas são assim, e tudo precisa ter um fim. Impossível dizer o quanto aprendi, o quanto cresci, o quanto evoluí e me tornei alguém muito melhor do que eu era antes. Desconstruí meus preconceitos e aprendi a amar e admirar as pessoas pelo que elas são, não importa o quanto elas possam ser diferentes. Aprendi muita coisa que não sabia, cresci como artista, como pessoa e reforcei mais ainda minhas crenças de que sim, SONHOS SEMPRE VALEM À PENA. Não é toda série que acrescenta tanto na vida de uma pessoa. Eu não quero que dia 20 chegue nunca, porque depois que acabar, vai ficar um vazio enorme e eu sei que eu vou passar a minha vida inteira sentindo a falta deles, assim como ainda sinto de Harry Potter e One Tree Hill. Glee foi minha luz no fim do túnel no ano passado, ano mais desgraçado de toda a minha vida. E é isso que eles sempre significarão pra mim: novas direções. Esperança. E força pra acreditar, principalmente. Eu odeio falar das coisas que eu sinto, mas a vida é curta demais pra guardar certas coisas. Então FODA-SE.#SayWhatYouNeedToSay"


Meu pequeno mural com algumas fotos do Cast.